Elba Ramalho, Huck censuram público e 80 anos de Gil
- João da Reconstrução
- 27 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Durante show e programa no fim de semana, eles tentaram impedir manifestação de apoio a Lula e crítica ao governo. Já Bolsonaro, vetou até a Lei Paulo Gustavo

Em show realizado em Salvador (BA) neste fim de semana, a cantora nordestina Elba Ramalho reagiu à plateia se manifestando por "Fora Bolsonaro", um consenso entre público e grande parte dos artistas, segundo a produtora cultural Paula Lavigne.
Ramalho disse aos seus fãs e admiradores da Bahia, onde Bolsonaro perde de lavada, que sua apresentação não era "comício". Ainda assim, isso não impediu outra rodada de expressões cantando "Olê, olê, olá, Lula!".
Segundo Fernando Djavan, coordenador do Comitê Popular Reconstrução Criativa, "esse grito, essa urgência por um governo normal está entalado na garganta dos artistas, da classe média e do povão, não tem jeito".
No entanto, a pressão democrática foi mais forte e a cantora, que em 2021 culpou "os comunistas" pela pandemia, se rendeu. "A plateia está se manifestando. Como a gente vive em um país democrático, tem que deixar. Cada um tem o presidente que merece", afirmou Elba.
O presidente que Ramalho apoiou gerou uma inflação histórica, a perda de mais de 600 mil vidas, um crescimento pífio, um resistente e elevado desemprego, um empreendedorismo de trabalhadores lançados à informalidade e superexplorados, o aumento da fome e da pobreza, além da dilaceração das políticas culturais e da recorrente ameaça de golpe.
Em outro gesto de recalque dos famosos que resistem a reconhecer o erro de terem apoiado a ascensão de uma gestão supremacista e economicamente desastrosa, o apresentador Luciano Huck, em seu programa, cortou a palavra do cantor Gilberto Gil, que completou 80 anos, quando abordou a questão política.
Gil estava lamentando que há "tanta gente querendo a ditadura de novo", quando Huck, eterno candidato a candidato de uma artificial e inexpressiva terceira via, interrompeu o fundador do Tropicalismo e propôs "voltar à vida de Gilberto Gil", convidando o público para ver como a cozinha da casa dele ficou.
Nas cozinhas dos trabalhadores, voltou a reinar a insegurança alimentar e o uso da lenha, o que o apresentador pareceu preferir ignorar.
Nunca foi tão fácil escolher
Nos governos Lula, o Nordeste foi alvo de investimentos sociais e infraestrutura inéditos, que tornaram a região uma das locomotivas do crescimento do país, razão pela qual é a de maior vantagem eleitoral do ex-presidente nas pesquisas de intenção de voto depois de 12 anos fora do Palácio do Planalto.
Nesses governos, Gilberto Gil, então ministro da Cultura, brindou o mundo (e orgulhou os brasileiros) com uma apresentação musical em plena Assembléia Geral da ONU, tocando ao lado do então dirigente das Nações Unidas, Kofi Annan.
Já o presidente Jair Bolsonaro vetou até mesmo a Lei Paulo Gustavo, em benefício dos artistas que perderam suas rendas na pandemia.
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