Facilidade para compra de armas arma o crime
- Vórtex bsb
- 29 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Relaxamento em regras defendido pelo governo favorece tráfico, milícias

O site do ex-presidente Lula denuncia estranhas “coincidências” que rondam o debate público: toda vez que estoura uma notícia real sobre alguma tragédia do governo, a máquina de desinformação espalha uma fake news sobre o mesmo assunto, porém atacando Lula.
Dessa vez foi com o tema das drogas e da violência. A notícia: Bolsonaro armou o tráfico (com suas portarias para facilitar a venda de armas, facilitou a vida do crime organizado). A fake que eles espalham: que Lula quer legalizar drogas, que Lula faz palestra sobre drogas, que Lula é ligado ao crime organizado.
Há um problema real. Até o Datena está escandalizado: a polícia afirma que integrantes da facção criminosa PCC usavam fuzis, metralhadoras e pistolas legalizadas.
O Ministério Público Federal apontou que o decreto das armas de Bolsonaro facilita desvio para as milícias. Até o portal R7 se rendeu à verdade: armas do PCC tinham sido compradas com licença para colecionador.
Mais armados que a polícia
Reportagem da Folha de São Paulo mostra que o Brasil tem 2,8 milhões de armas de fogo particulares, um aumento de 39% em relação a 2020, quando o país registrava pouco mais de 2 milhões de armamentos particulares. Por outro lado, em órgão públicos, como nas polícias civis e militares, há 384 mil armas, ou seja, existem mais armas nas casas das pessoas do que em instituições do Estado.
Segundo o Sistema Nacional de Armas, vinculado à Polícia Federal, e do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, do Exército, o número de armas registradas no Brasil disparou de 637 mil em 2017, início da série histórica, para quase 1,5 milhão em 2021, um aumento de 133% em quatro anos.
Nesse período, o registro de armas de fogo cresceu em todas as unidades da Federação. No entanto, foi o Distrito Federal que teve a alta mais significativa, passando de 35,6 mil para 243,8 mil registros, um crescimento de 583%.
Como disse, com ironia, a ex-presidente Dilma Rousseff, ao ser alvo de protestos em um vôo, "bom deve ser o Bolsonaro".
Comments